sábado, 4 de março de 2017

(estamos educando?)... Mas o que é “Educação”?

(estamos educando?)... Mas o que é “Educação”?

06/12/2016  por  ACesarVeiga


A palavra origina-se do latim “education” que seria algo como o ato de administrar, orientar, formar, causar...

A “Educação” – em suas bases conceituais – é um processo entre alguém que educa e aquele outro que é educado. Mas podemos até ousar por vezes naquela “carreira solitária”, isto é, educando a nós mesmos. 
(somente observando o que rodeia não deixando as nossas percepções distorcidas enganarem) 

Assim como a escola não é o único lugar em que há educação, professores e alunos também não são os únicos atores desta rede complexa. Mas..., deixem-me expandir meus argumentos! 

Os gregos na antiguidade educavam suas crianças (no caso somente os meninos) para torná-los bons cidadãos, apostando na certeza de que a sua comunidade seria mais forte se o indivíduo que aprendesse integralmente, no futuro, sem dúvida, desenvolveria os seus melhores talentos.

Hoje o conceito na sociedade moderna (definição mais “geral”) destaca a “Educação” como a maneira em que o comportamento e os princípios morais de uma comunidade são transferidos de uma geração para a outra. Portanto, a “Educação” é o processo que se desenvolve através de situações observadas em conjunto e por experiências individuais.

Ela “acolhe” a urbanidade, a solidariedade e a cortesia que um indivíduo demonstra, assim como sua capacidade de conviver com outros semelhantes, afastando-se de rituais enganadores, que vão além do que deve, incômodos e aparentemente eternos.

A “Educação” tem o dever de “alimentar” o indivíduo de forma apropriada e também a sociedade em geral, ofertando desta maneira a melhor integração para todos.
(lembrando que mesmo nas sociedades mais desfavorecidas da história humana sempre houve cooperação e respeito).

A “Educação” de competência projeta preparar o indivíduo - trabalho este que deve começar na infância -, com o objetivo de que seja capaz de compreender o local em que vive, para posteriormente atuar nele com ferramentas eficazes na elaboração, quem sabe, de um mundo melhor.
(fora disto a ideia seria tão absurda que não vou dedicar mais destaque)

E como deve ser aquele que “educa”?

Isso em principio parece tão natural, tão imediato e tão simples de saber como “olhar e ver”, mas a resposta não é uma “estrada” tão estreita quanto parece. Quem educa deve conhecer de forma indiscutível:
1º) o destino ao qual quer chegar:
2º) o motivo que o fez escolher o tema;
3º) e a maneira de tornar “realizável” o objetivo ao qual se propôs.

Para isso o “Educador” deve possuir possibilidades de perceber um futuro realístico convertendo seus “educandos” em multiplicadores de mudanças sociais, que estejam apoiadas em ações concretas e distantes de episódios que fiquem somente no campo das ideias.

OBS: o “Educador” deve assumir a postura de um “neurocirurgião”, mas que sem abrir o crânio consegue mudar conexões tanto daqueles “mal educados” como dos “sem educação”, oportunizando assim ações mais éticas a estes.

Mas sabemos o quanto é penoso ensinar “noção de alguma coisa” da qual se tem somente a superficialidade...
(é como estar nivelando o gosto pelo gosto médio)

Para isso, aqueles “que educam” devem buscar incessantemente a renovação dos seus saberes com estudos progressivos para que não sejam no futuro breve citados desdenhosamente por pretensos “desmascaradores” de mitos.

Os “Educadores” devem ser “estimuladores” na construção do conhecimento, tendo para isso uma continua postura ativa de argumentação, autoavaliação e principalmente saber trabalhar em equipe, pois é na troca de ideias que o “todo” prospera.
(como a “tirar vantagem” do “efeito carona”)

Estes senhores(as) devem ser chamados de “Professor(a)” e/ou de “Educador(a)”?

Bem, a profissão de “Professor” é muito antiga...

Na remota Grécia a palavra era designada aos “escravos” que cuidavam dos meninos para as famílias - tipo guarda costas. O conceito seguiu seu caminho por mudanças silenciosas e sem querer soar muito “pomposo” o tempo fez adquirir um melhor “status”.

Hoje, segundo os especialistas da área de Educação, o “Professor” é um profissional amarrado apenas ao conhecimento e ao conteúdo. Então, ser “Professor” é uma profissão e qualquer um que seja “habilitado” pode exercê-la.
(bem sei que essas são questões recém-adquiridas e obviamente difíceis de serem recebidas sem alarde, mas...)

E o que dizer do celebrado, popular e afamado “Educador”?

Sim, o “Educador” é aquele que está comprometido com as pessoas, não somente com o conhecimento, mas acima de tudo com o bom uso desses conhecimentos tanto para a família quanto para a sociedade.

Ele também é um “Professor”, tem “aptidão” e a exerce em todo momento.

O “Educador” não é imparcial, e a sua utilidade é a de construir uma realidade diferente, em que o individualismo cede lugar ao “distribuir o respeitar ao outro”, mantendo sempre a vontade de alimentar a esperança em cada um que venha assenhorar-se.

O “Educador” além de informar tem o dever de “formar”.
(não há como se preparar um “Educador”... É “dom”)

Saiba que para tornar-se um “Educador” não decorre de uma intenção deliberada, nem de um programa de vontade externa. O verdadeiro “Educador” manifesta-se diretamente do coração e não ao acaso.
(mas isso é só uma pequena parte da história!)

A Educação formal no mundo.

A “Educação” formal (aquela que ocorre na Escola) de uma sociedade é verificada levando-se em conta diversas variáveis como:
- a taxa de alfabetização de adultos;
- a matrícula em escola primária;
- a matrícula do ensino secundário e
- anos médios das mulheres na escola.
(esta última informação é sempre desconcertante em princípio, mas é um fato).

Os quatro países do mundo que merecem grande destaque por sua “Educação formal” são a Finlândia, o Japão, a Suécia e a Coréia do Sul.

Mas, o que estes países apresentam de semelhança?

- Em todos eles a “Educação” é colocada como prioridade e há uma cobrança devida do poder público nas parcerias.
(nestes países as famílias, o poder público e as escolas participam conjuntamente e de forma atuante)

Na Espanha, por exemplo, as escolas têm um projeto de convivência.
(algo que em minha opinião proporciona “janelas de oportunidades”)

Nos países desenvolvidos o sucesso do aluno durante o período escolar é que vai definir o seu sucesso na vida profissional futura.
(no Brasil este princípio é absurdamente cômico como veremos a seguir)

E a “Educação” formal no Brasil?

Estamos continuamente em silêncio, perdendo muito na “qualidade de Educação”, e assim, marchando em “passos largos”, não teremos condições futuras de competir lado a lado com os demais países desenvolvidos porque somos uma sociedade que não valoriza o conhecimento.
(uma verdadeira contradição maluca e os motivos são abundantes)

Vejam:
- As ações de gerenciamento do sistema do ensino nacional são amadoras...
(saibam que quando a única ferramenta que você tem é um martelo, tudo começa a se parecer com um prego).
- Criamos uma sociedade repleta de desordem onde os valores morais, éticos e espirituais são precários.
(fator decisivo da nossa gigantesca impotência diante dos fatos)
- O poder público não respeita a continuidade e o cidadão não incentiva a sua participação no processo - não cuida, não controla.
(vivemos uma falsa democracia. Na verdade nos deparamos com uma singela, perversa e atenuada oligarquia – sistema em que poucos decidem).
- O investimento é maior no que resulta em visibilidade política, e não em pessoas. Muitos parlamentares apresentam propostas demagógicas e/ou eleitoreiras.
(o jogo problemático de ações motivadas por interesses nem sempre claros e frequentemente pouco dignos).
- Temos uma escola pública só para os desabastecidos socialmente, distanciando a convivência de diferentes no mesmo espaço, acarretando na debilidade da sociedade.
(muitos alunos são aniquilados para a vida profissional dentro deste modelo)
- No Brasil a TV manipula - ela não nos traz o mundo, mas uma versão “dele” que constantemente é ornamentada e inventada como a verdade.
A “mídia” – na sua maioria com raras exceções -, estimula valores vazios, e a internet acrescenta a esse coquetel a influência de sua diversificação por muitas vezes desastrosa.
(e assim é ofertada uma poderosa mistura pronta para a explosão)
- No Brasil, o gasto familiar com material de leitura é muito pequeno: corresponde a 0,5% do orçamento o que é muito abaixo comparado ao destinado aos aparelhos eletrônicos - aproximadamente 1,8%.
(nada que os mais imaginosos escritores de “drama” seriam capazes de fantasiar poderá exercer igual perversidade cotidiana igual a esta realidade)
- Entre os 10 países com o maior número de analfabetos no mundo o Brasil ocupa o 8º lugar...
(aqui não caberia a frase “alegria pela desgraça alheia”, pois cabe informar que a ONU atualmente reconhece a existência de 193 países, apontando o nosso país na “elite” dos mais miseráveis)
- Em 2012 – segundo últimos dados disponíveis na internet, o Brasil ficou entre os últimos lugares no PISA (Programa Internacional de Avaliação de Alunos), de um total de 65 nações participantes.
(ainda temos muito pouca instrução. Mas sem dúvida não é só isso).

OBS: PISA é uma prova aplicada pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) para medir o nível de habilidades de estudantes de diferentes países em três áreas do conhecimento:
Matemática (1º lugar Xangai/China com 613 pontos e o Brasil 58º lugar com 391 pontos);
Leitura (1º lugar Xangai/China com 570 pontos e o Brasil 55º lugar com 410 pontos) e
Ciências (1º lugar Xangai/China com 580 pontos e o Brasil 59º lugar com 399 pontos).

O exame ocorre a cada três anos para alunos na faixa etária dos 15 anos. Apesar de não ser um país-membro da OCDE o Brasil participa do Pisa desde 2000. O desempenho do país evoluiu nas últimas edições, mas os alunos brasileiros ainda ocupam as últimas posições do ranking do PISA.
(certamente o último desempenho é uma evolução exaurida, desimportante e moribunda)

- A OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) mantém um ranking da educação em 36 países, no qual o Brasil amarga a penúltima posição - à frente somente do México.

Como critérios avaliados pela organização, estão o desempenho dos alunos no PISA, a média de anos que os alunos passam na escola e a porcentagem da população que está cursando ensino superior.

A sociedade brasileira ainda varre para baixo do tapete e ignora estas realidades. No geral, “ela” está abençoadamente inconsciente de seu profundo desconhecimento, e mesmo assim, continua somente especulando a respeito...
(está como que degustando diariamente o vinho da “irresponsabilidade” sem desatar-se da embriaguez)

Fonte: https://www.perguntadealuno.com.br/single-post/a-educacao-para-o-transito

Um comentário:

  1. Muito bom artigo Silvio E Adriana, muito rico e nos leva a pensar no nosso papel, e de quantos desafios temos a enfrentar não é mesmo?. valeu mesmo pela iniciativa.
    Ana paula Ramos

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